Como quem bebe pouco e resolve tirar uma noite de porre, é o meu ingresso à vida adulta. Resolvi passar direto do refrigerante para a tequila e cá estou, bamba. Totalmente sem noção, tento me equilibrar no salto alto, dou uns belos tropeções e, algumas vezes, levo uns tombos bonitos pra quem observa de fora. É dura a vida de uma pessoa "zero etílico" quando esta resolve pular todas as fases e ir direto para o open bar.
Entrei na vida adulta como quem é obrigado a cumprir horas complementares acumuladas no final do curso universitário. Cheguei com o bonde andando e fui obrigada a sentar na janelinha. Ingressei na maioridade sem ao menos receber um kit calouro ou um plano de ensino. Aqui estou eu, como todas as peças do equipamento chamado "gente grande" jogadas no chão, enlouquecida em busca de um manual de instruções.
Seja o ingresso à vida adulta tardio ou precoce, é sempre árduo aprender a andar com as próprias pernas. Ninguém lhe segura pelo braço e lhe faz andar de um lado ao outro da sala. Não tem andador, não existe muleta. Vire-se, como dizem por aí: tartaruga você não é.
Como todo passarinho que tenta alçar os primeiros voos, as quedas são inevitáveis. As asas, ainda fracas pela falta de prática, buscam forças internas para se sustentar. Hora do passarinho sair do ninho e de trás das asas dos pais. É tempo de praticar mais a malícia do mundo adulto. Chegou o momento de trocar as penas e crescer de verdade. Por hora, apenas uma palavra é capaz de descrever essa transição: socorro.
Como todo passarinho que tenta alçar os primeiros voos, as quedas são inevitáveis. As asas, ainda fracas pela falta de prática, buscam forças internas para se sustentar. Hora do passarinho sair do ninho e de trás das asas dos pais. É tempo de praticar mais a malícia do mundo adulto. Chegou o momento de trocar as penas e crescer de verdade. Por hora, apenas uma palavra é capaz de descrever essa transição: socorro.
