segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Os extremos do teu deserto

Nosso olhar não havia se encontrado a manhã inteira, eu estava aflita e as tuas provocações já me deixavam fora de mim. Ouvir a tua voz era como água com açúcar, acalmava-me saber que estavas por perto, mas também era como pimenta, pois atiçava os meus nervos e pedia para que eu tomasse alguma atitude.
Eu chegava perto, a minha vontade era estar cada vez mais próxima. Sentir teu aconchego, cheirar teu pescoço e mordiscar tuas orelhas. Eu te queria, queria sentir o teu toque percorrendo a minha nuca e trazendo meus lábios mais próximos aos teus. Eu queria sentir a tua respiração, sentir o entrelaçar dos teus dedos em meus cabelos e a tua lingua nua pela minha boca.
Dentro da piscina, um dia quente finalizado com uma ventania a tarde, os ventos troxeram-te pra mais próximo de mim. Trocávamos carinhos e eu sentia o palpitar do teu coração junto ao meu, era como se pulsassem como um só prontos para sair voando sem limites pelo céu, rumo ao infinito.
O azul piscina fundia-se ao verde dos teus olhos, e eu me perdia nessa imensidão de cores frias. Era como se eu pudesse adentrar na janela da tua alma pelo teu olhar, frio e enigmático. O vento tornava-se mais abundante, tremíamos pelo frio, e a única saída à procura do calor era fundir nossos corpos e trocar calores, seja pela física ou pela emoção, a realidade também fazia parte do que sentia o coração.
Eu me sentia amparada, queria teus braços envoltos de mim para sempre, desejava eternizar aquele momento para nunca esquecer o teu cheiro e a forma como a tua boca encostava na minha. Meu desejo incessante era curtir contigo momentos especiais e verdadeiros. Correr pela grama, tropeçar e rolarmos juntos como se o mundo fosse feito apenas daqueles momentos, e cada grão de terra significasse os minutos que teria ao teu lado. Eu multiplicaria a terra, faria dela um deserto só pra te manter mais perto.
Agora estamos distantes, a frieza dos teus olhos verdes ainda inebria-me. A única maneira de reverter essa situação é partir, rumo a um novo deserto, novos olhares para a minha perdição, já que o teu, sei que não terei mais e nem teu amor sentirei novamente. Novos olhares e novas viagens para o desconhecido, sem certezas e nem clarezas. Pois a certeza entedia, já a incerteza, paixão irradia.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Guia prático de como o amor acontece


Entender as estradas pelas quais percorre o coração nada mais é do que sonho e confusão. Sonhos os quais você faz parte deles de olhos abertos e consciente, sabendo o que acontece e talvez até mudando os rumos da história.
1- Talvez o amor não seja tão dificil de entender quando você não começa a idealizá-lo, porque nada acontece da forma que esperamos e sempre nos surpreendemos, seja para o bem ou para o mal;
2- Todas as pessoas têm defeitos, e às vezes acabamos vendo apenas eles e esquecemos que ao lado dos defeitos estão as qualidades, tire a venda dos olhos e enxergue isso!
3- O amor é inesperado, talvez a pessoa pela qual você menos esperasse algum tipo se sentimento seja quem você merece e quem te faria feliz;
4- Demonstre o que você sente, mas também deixe um ar de mistério. Surpresas são boas, mas a sinceridade também é apreciada;
5- O amor é cego? É mesmo, cego e surdo. Ele só não é mudo porque o coração não engana e o brilho nos olhos não mente;
6- Por falar em olhos, olhar dentro dos olhos da pessoa significa encontrar-se, e ao mesmo tempo estar no meio de um devaneio hipnótico;
7- Não menospreze o sentimento do outro, ele pode ter formas diferentes de demonstrar. Dê tempo ao tempo e deixe as coisas acontecerem naturalmente, sem forçar nada;
8- Sinceridade é tudo em uma relação, uma verdade machuca bem menos do que uma mentira que desencadeia muitas outras depois;
9- Nunca espere muito de ninguém, você pode acabar se decepcionando por superestimar a relação;
10- Seja feliz e acima de tudo: amor próprio!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Você, apenas

Seja em prosa ou seja em verso,
Meu amor eu te confesso,
Por ti mudaria meu nome, sobrenome, endereço,
Não sei se sabes, mas tu me viras do avesso

Teu olhar é aveludado,
Cuja textura envolve-me inteira,
Teus lábios, teu beijo molhado,
Sonho contigo do entardecer até quando clareia

Teu corpo longe pode estar,
Mas sinto-te ao meu lado,
Em ti não paro de pensar,
Pobre coração, bobo e apaixonado

Por ti meu corpo chora,
És tu que ele quer,
Por ti minh'alma implora,
Fazes de mim uma menina mais mulher

Amor tao intenso assim,
Não sei se um dia sentirás,
Só queria que sentisses por mim,
Esse amor imprevisível, ardente e fugaz

Consegues tirar de mim,
O meu sorriso mais sincero,
Como fazes pra me deixar assim?
Parece-me que todas as noites, és tu que eu espero

Quando vejo-te, meu corpo balanceia,
O mais bobo de todos os coraçoes acelera,
Por ti meu espirito anceia,
É por voce que ele espera

Que eu te amo, tu já estas cansado de saber,
Se tres pedidos eu tivesse, os tres seriam voce,
Seja em prosa ou seja em verso,
Meu amor eu te confesso

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Enigma

Eu sou uma alma acorrentada tentando levantar voo por esse deserto que meu coração se tornou
Sou o que você pode sentir mas nem sempre pode ver
Sou a lágrima que escorre pelo seu rosto limpando cada póro de sua pele
Sou a decepção, e o caminho para ela
Sou sua pedra de tropeço, e também, seu recomeço
Sou uma vírgula nesse livro inebriado de palavras insanas
Sou o irreal, sobrenatural, ultrapasso as fraquezas humanas
Sou a sombra que te assusta todas as noites
Também sou o delírio de tua mente cabulosa
Sou fumaça, sou neblina e a luz que o sol que irradia
Sou a indecisão, e também a determinação
Sou festa à fantasia, além disso sou velório
Sou o constante, e também o provisório
Sou o avesso e o direito, o céu e o inferno, o verão e o inverno
Sou água apacivadora e também fogo ardente
Sou arte, dança, música e movimento, a alegria e o descontente
Sou o faz-de-conta e a realidade, de você, sou a cara-metade
Sou o sim e o não, a voz passiva e ativa
Sou a imaginação, a sinestesia e a pétala da rosa
Sou sua hipnose e também sua insônia
Sou seus músculos contraídos amedrontados pela noite sombria
Sou o preto e o branco, o bem e o mal
Sou e não sou, a mim não existe outro igual
Também não deixo de ser mais um ser banal
Sou isso e aquilo, o cuidado e o desdém,
Sou poeta, nada mais além.