sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Enigma

Eu sou uma alma acorrentada tentando levantar voo por esse deserto que meu coração se tornou
Sou o que você pode sentir mas nem sempre pode ver
Sou a lágrima que escorre pelo seu rosto limpando cada póro de sua pele
Sou a decepção, e o caminho para ela
Sou sua pedra de tropeço, e também, seu recomeço
Sou uma vírgula nesse livro inebriado de palavras insanas
Sou o irreal, sobrenatural, ultrapasso as fraquezas humanas
Sou a sombra que te assusta todas as noites
Também sou o delírio de tua mente cabulosa
Sou fumaça, sou neblina e a luz que o sol que irradia
Sou a indecisão, e também a determinação
Sou festa à fantasia, além disso sou velório
Sou o constante, e também o provisório
Sou o avesso e o direito, o céu e o inferno, o verão e o inverno
Sou água apacivadora e também fogo ardente
Sou arte, dança, música e movimento, a alegria e o descontente
Sou o faz-de-conta e a realidade, de você, sou a cara-metade
Sou o sim e o não, a voz passiva e ativa
Sou a imaginação, a sinestesia e a pétala da rosa
Sou sua hipnose e também sua insônia
Sou seus músculos contraídos amedrontados pela noite sombria
Sou o preto e o branco, o bem e o mal
Sou e não sou, a mim não existe outro igual
Também não deixo de ser mais um ser banal
Sou isso e aquilo, o cuidado e o desdém,
Sou poeta, nada mais além.
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