quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Megalópole




E essa rotina cansativa, abundante em ironia, talvez não muita harmonia, e uma quantidade significativa de cansaço. Cansaço das pessoas, dos dias e noites, das horas e minutos que ora passam correndo, ora se rastejando. Cansaço do trânsito nas ruas, as filas nos bancos e os altos preços nas contas do final do mês. Cansaço da ironia das pessoas, das palavras pronunciadas com uma inocência hipócrita, e capazes de acertar corações como uma flecha acerta o alvo. Cansaço dos extremos, porque nem sempre pouco é precário, e muito significa qualidade, às vezes pode até ser o contrário. Cansaço de olhar os mesmos rostos, mesmo que diferentes, tornam-se todos iguais e insignificantes à medida que as pálpebras caem e a boca insiste em bocejar. Bocejar por nada acontecer, bocejar por tudo acontecer rápido demais e por vezes a capacidade que cabe ao homem ser incapaz de acompanhar. Um bocado de cansaço de tudo, esse tudo que é nada, uma canseira nem sempre noturna. Diurno e noturno, hoje, que diferença faz?
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário: