Segredos, confissões, amores, maldades, comentários, brincadeiras, piadas, malícias, desejos, decepções, alegrias... tudo guardado em um baú. Baú lacrado a sete chaves, feito de um tipo de madeira inquebrável e resistente à qualquer coisa. Nunca se abre, apenas para quem depositou o segredo nele. O nome desse baú tão valioso é melhor amiga.
Existem amigas divididas em diversas especialidades: para dar risada, se exercitar, estudar, fofocar, desabafar... E existe uma amiga, é a especializada em todas as atividades, a melhor amiga.
Aquele olhar cativante, falas sinceras, risos espontâneos e personalidade intrínseca. É encantadora só de olhar, e se ouvir, acaba se apaixonando e querendo roubá-la para si. Parece papo de gente apaixonada, mas sou apenas uma amiga orgulhosa por chamar a outra de melhor.
Ela sempre sabe exatamente o que dizer, na hora certa para fazê-lo. Dá os melhores conselhos e as piores broncas. Sempre quer o meu bem, e se não gosta de algo, briga, xinga, fala, mas continua me apoiando seja no que for.
Sede o ombro para lágrimas, e o tempo para desabafos. Será que emprestaria um pouquinho da alegria que a ela pertence? Me ensinaria a ser "gente grande" como ela é? Tenho muito o que aprender com essa menina-mulher. Nos conhecemos há anos, e é como se fosse a vida inteira. Realmente suspeito que tenham nos dividido no berço do hospital. Talvez fôssemos gêmeas idênticas siamesas, mas não, somos irmãs fraternas. Somos diferentes (e muito), não há como negar, mas ela é o meu reflexo. Imagem virtual invertida, mas o detalhe que faltava para completar a minha coleção pequeníssima de pessoas essenciais em minha vida.
Ela vai à luta, me defende com a espada da lealdade e o escudo da fidelidade. Eu faço o mesmo, sou capaz de lutar contra tudo por ela. Escuta minhas asneiras, e solta algumas também. As conversas e confissões de madrugada não seriam as mesmas se não fossem com ela.
Não importa se ela mora longe ou perto, se gosta de rosa e eu de azul, ou qualquer outro gosto oposto que possa existir entre nós, sempre daremos um jeitinho para nos entender e fazer da nossa amizade, o complemento que faltava. Sou um verbo transitivo e ela meu objeto, porque sem complemento, o transitivo fica sem sentido, assim como eu sem ela. Por mais clichê que seja, agradeço todos os dias por meu caminho ter chuzado com o de uma tão idiota, tosca, feia, gorda e... incrível, e que posso chamar de minha, minha melhor amiga.
Dedico esse texto a Marcela Guimarães, a minha melhor amiga.
