domingo, 4 de dezembro de 2011

O gerúndio do verbo amar


O gerúndio do verbo amar é infinitivamente maior que a verbalização de um substantivo abstrato, ultrapassa qualquer limite gramático, morfológico ou sintático.
O gerúndio de amar é capaz de representar inúmeros verbos, adjetivar o amante como louco, e para o amado, perfeição é pouco. A voz passiva e ativa unidas em uma só voz: a do coração apaixonado, maluco desvairado.
Inconsequente, um amor de verdade não há ser humano lúcido que aguente; Apaixonado, um coração cego, completamente alienado; Teimoso, não há o que faça desistir o coração amoroso.
A primeira pessoa do singular ama a terceira pessoa. Sempre os artigos serão singulares e jamais indefinidos, o plural se resume a dois seres humanos e um turbilhão de emoções.
O substantivo abstrato "amor" é a gradação da loucura, prosopopéia do coração, sinestesias incontáveis e indescritíveis. O amor é repleto de metáforas, e para ele não há eufemismo, todas as emoções são incontrolavelmente intensas.
Enfim, o amado é esférico, meio real, meio imaginário, o amante é o narrador personagem de uma história imprevisível de tempo psicológico. O gerúndio do verbo amar: amando, tentando resistir a algo surreal, ameaçador e repleto de aventura.

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário: