Eu esperava o momento de vê-lo todos os dias, aquilo me preenchia de uma maneira inexplicável. Mesmo ainda distantes, era como se algo no olhar daquela pessoa chamasse pelo meu nome, era como ler os olhos dele e não ter certezas, apenas expectativas.
E a cada conversa, eu lia os enigmas, tentava entender os significados das entrelinhas. A cada vez que eu pensava nele, eu imaginava se ele estaria pensando em mim. Em cada música que eu ouvia, eu sentia um pouquinho dele. E isso me intrigava, trazia a mim perguntas, dúvidas.
Fomos nos aproximando, até que o seu lábio encontrou o meu no vácuo do acaso. O acaso criado por dois corações adolescentes. A partir daí, foi como se um fósforo fosse aceso na escuridão, e mesmo que a chama fosse pequena, chamava bastante atenção.
Depois disso, a tendência foi pensar nele mais e mais, sonhar com ele, incluí-lo nas minhas orações, e sentir aquele aperto no coração, aperto de preenchimento.
Amor preenche, mas é vazio. Preenche de dúvidas, mas as respostas são dadas num tempo indeterminado. Amor é amá-lo cada dia mais, e odiá-lo por cada minuto que passa longe de mim. Amor é sentir vontade de amar mais, mesmo sabendo o risco desse amor. Amor é o mais complexo de todos os paradoxos, e o mais lindo de todos.
Desde então, meus olhos brilham cada vez que eu o vejo. A cada dia que passo eu o acho mais perfeito, não por suas qualidades ou defeitos, apenas o acho perfeito, perfeito pra mim. Eu suspiro cada vez que penso em como ele é maravilhoso. Escrevo, canto, choro, imagino, sonho, odeio, amo... e todos os outros verbos conjugados na primeira pessoa.
Vem aquela pontadinha de ciúmes, pra apimentar. Mas sinto que ele é meu, sinto que a mesma quantidade de afeto que dedico à ele, é dedicada a mim pelo meu amado. Mas de qualquer forma, cuido e cativo, como se fosse um jardim, e eu precisasse regá-lo todos os dias.
Em meio a uma imensidão de palavras, sentimentos e atitudes, acabo não conseguindo lembrar tudo o que ele consegue me proporcionar. Só sei que amo, amo por demais. Ele veio para curar meus males, cicatrizar feridas, e se não cicatriza, as esconde, me fazendo esquecer que um dia elas existiram. Eu o amo, meu amor, meu band-aid.