sexta-feira, 16 de março de 2012

Da série: Primeiro amor - 7

Episódio 7


Enquanto Maurício mordia os beiços com ciúmes de Sophia, seu concorrente dava um passo à frente a cada dia. Os bilhetinhos anônimos deixados entre os pertences de Sophia realmente estavam surtindo efeito. A cada dia Marcos deixava um vestígio de que ele era o anônimo, pena que Sophi era muito lesadinha para entender as pistas.
Um dia a letra da carta, no outro, o perfume borrifado no papel, no outro, a citação de alguma frase que Sophia gostava bastante... Assim Marquito ia avançando, e por incrível que pareça, estava conseguindo alcançar seu objetivo: deixar Sophia confusa.
Entre os beijos que Sophia dava em Maumau, havia aquela dúvida: quem era o anônimo apaixonado? Por que ele não se revelava? Sophia vasculhava sua memória para saber de quem era aquele cheiro que os papéis das cartas possuíam. Ela conhecia mas não se recordava de onde, de quem.
O grande problema de toda a situação era que mesmo Sophia estando confusa e demonstrando estar, ela não assumia e não diminuia o tempo que passava ao lado de Maumau. Isso dificultava o meu trabalho e de Marquinhos, que estava mais determinado do que nunca.
Estávamos na hora do intervalo, no pátio. Sophia sentada nas mesas da cantina com Maurício, os dois afogados naquela melação usual. Enquanto eu e Marquinhos estávamos na direção deles, ao redor da árvore central da escola. Conversávamos normalmente, como todos os dias, até que uma sensação assustadora tomou conta do meu corpo inteiro, perpendicularmente a isso, um frio na barriga, um arrepio nas pernas e um ponto de interrogação em minha cabeça. Marcos estava me beijando. Eu senti uma tremedeira, uma fogueira se acendeu na minha barriga e o mais incrível era: eu estava gostando.
Depois do beijo inesperado, a minha cara de “quê?” era mais nítida do que o céu azul em uma manhã de verão sem chuva. Depois dalí, não ousei perguntar para Marcos se havia algum grilo desesperado que acabou deixando tudo desarrumado dentro da cabeça dele. Fiquei quieta, na minha.
Sophia nos olhava pelos cantos dos olhos. Não demonstrava emoções, apenas havia deixado de lado qualquer vestígio de amor cheio de mel, e seu rosto passou a ser ocupado por uma expressão de ameaça, indagação... ciúmes. 
Continua...
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