segunda-feira, 10 de junho de 2013

Efêmero


Independente de como ou do porquê, todas as vidas se iniciam da mesma maneira. O espermatozoide encontra o óvulo para, a partir daí, dar origem a mais um indivíduo habitante do Planeta Terra. Não importa se a vida é desejada ou não, na verdade, nada importa muito, visto que somos apenas mais uma espécie de animais nesse planeta gigantesco, tentando apenas chamar a atenção pra nós mesmos, julgando ser superiores às outras espécies.
Nascemos e aprendemos valores pré-determinados. Nossos pais, familiares e professores mastigam tudo o que querem que aprendamos e esperam que façamos apenas uma coisa: engolir. Engolimos como deve ser a linguagem, a maneira que devemos nos comportar, o que não devemos fazer em público ou na intimidade do nosso quarto; Engolimos as ciências da natureza como certas, sem antes contestar se realmente tudo é feito de átomos, ou se nossos neurônios realmente fazem sinapses; Engolimos a matemática como conceito estabelecido e não nos damos ao trabalho de contestá-la, apenas aceitamos. 
Aceitamos ser deglutidores de conhecimento alheio. Deglutimos o máximo possível de informações para, um dia, ser alguém que a vida julga "ser alguém". Continuamos o mecanismo com nossos filhos e netos, até que um dia, depois de tudo, viramos todos exatamente a mesma coisa: pó.
Passamos a vida inteira aceitando valores de uma sociedade, ou, raramente, lutando contra os mesmos. O que quase nunca acontece é congelarmos o mundo e pensarmos qual o sentido que há em tudo isso. Qual o sentido em sermos apenas máquinas de um sistema? E se vivêssemos em uma perspectiva completamente niilista que nos faz regurgitar tudo o que somos obrigados a deglutir?
Seria interessante, talvez, deixar um pouco de lado a perspectiva Durkheimiana de que os valores e regras que regem a sociedade têm vida própria mediante a manifestação da ação individual. Talvez o real fato social é que o Fato Social deveria deixar de tomar conta das ações individuais, visto que a coerção é a maneira mais cruel de sufocar as atitudes individuais. A maneira como levamos a vida é pura, única e simplesmente o resultado de valores pré-estabelecidos ao longo da história por um conjunto de pessoas interessadas em colecionar marionetes. 
Esquecemos que tudo é passageiro e que, de repente, nada do que é hoje será amanhã. Todos os valores que prezamos hoje poderão ser desprezados logo em seguida. "Tudo flui e nada permanece; tudo se afasta e nada fica parado (...). Você não consegue se banhar duas vezes no mesmo rio, pois outras águas e ainda outras sempre vão fluindo (...). É na mudança que as coisas acham repouso (...)", palavras de Heráclito. Nada é constante, apenas a mudança. A vida é efêmera e passa rapidamente, assim como mudam as águas de um mesmo rio.
Passamos a vida inteira tentando compreender o porquê das coisas acontecerem, das pessoas viverem como vivem ou do mundo girar no sentido anti-horário, que esquecemos de realmente sermos sensacionistas, ao invés de nos tornar escravos da metafísica desde a pré-escola. Perdemos tanto tempo tentando entender, que acabamos não tendo tempo para admirar a beleza de tudo o que há ao nosso redor. 
A grande hamartia da vida é que esquecemos de vivê-la. Vivemos em um mundo preto e branco e procuramos entender o que são as cores, ao invés de misturá-las e fazer maravilhas com sua beleza. Passamos tanto tempo fechados para tudo que esquecemos que a vida passa rápido e tudo pode acabar em um simples sus 
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário: