terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Base quatro



São quatro. Um, dois, três e quatro. Quatro laços bem feitos pela vida e impossíveis de serem desatados. Nó de marinheiro, não tão simetricamente calculados e planejados, mas que culminam em uma amizade inquestionável. Irmãs pelo sangue ou pelas circunstâncias, ou pelos dois, juntamente. 
Anos passados lado-a-lado e mais anos distantes fizeram dois pares de corações unidos e indissociáveis, de modo que cada uma, em sua maneira intrínseca, cuida da outra. 
Quatro caminhos que se iniciaram afastados pelas circunstâncias da vida e se afunilaram pelo mesmo motivo. Irmãs do fundo do peito que não precisam ter pai e mãe em comum pra dizer com orgulho: "essa é minha irmã". Irmãs que se amam mesmo em meio aos defeitos, que não vivem umas sem as outras mesmo tendo a  distância como obstáculo desde o princípio.
Laços de amor se firmaram e estavam escritos, traçados, planejados e abençoados. Uma foi feita pra cuidar da outra, zelar, importunar e brigar. Brigar, sim. O que seria do amor sem brigas? Quanto mais um nó é puxado para lados opostos, maior a tendência dele ser forçado a permanecer sempre ali, atado. 
Quatro caminhos diferentes, de pessoas completamente diferentes. Personalidades fortes, carinhas emburradas e menininhas reclamonas. 
Chegou a hora de crescer mais um bocadinho, separar fisicamente os passarinhos que já estão prontos para alçar voo. Chegou a hora de abrir a gaiola e conquistar o mundo! Difícil viver longe, porém, necessário. Quatro motivos de orgulhos diferentes. Conquistas que abrem sorrisos sinceros e marejam os olhos daqueles que só torcem pelo sucesso delas. 
Quatro elementos, um cooperando para o outro pra vida na Terra. Água, terra, fogo e ar. Quatro pernas de uma mesa, afinal de contas, se uma faltar, a mesa fica sem base e não aguenta o tranco sozinha. Acorrentadas estão as outras três no coração de uma das quatro, guardadas à sete chaves e protegidas de todas as maneiras. 
Uma do quarteto vê a pequena crescer e as grandes voarem, torcendo para que todas alcancem altitudes cada vez maiores. Uma delas não descobriu ainda como vai ser viver longe, não sabe ainda qual será o amparo procurado nos piores dias ou a quem vai irritar nos momentos de prazer. Uma delas acostumou a ver uma das outras três voando longe, mas esteve sempre pronta pra se materializar perto da outra, caso houvesse queda. Uma delas diz que estará sempre disposta a atravessar madrugadas compartilhando segredos. Uma das quatro ama incondicionalmente as outras três e deseja, somente, fortificar os laços e engrossar a corda cada vez mais. 


(Com amor, dedico esse texto às minhas três irmãs: Gabriela, Elaine e Amanda)
Comentários
1 Comentários

Um comentário:

Ellaine monteiro disse...

Nossa, que orgulho de ti! Muito obrigada por existir,
Minha irmazinha escritora, rs te amo ��