Episódio 2
Pedro resolveu ignorar os contratempos anteriores. Chegou em casa, tomou um banho de álcool e logo foi em busca do amor de sua vida: seu coelho de estimação, Buddy. Tudo fica melhor quando damos amor e recebemos igualmente em troca. Um bichinho de estimação é capaz de proporcionar experiências de afeto recíproco e verdadeiro. Tendo em vista tudo isso, Pedro só queria acariciar os pelos macios de Buddy. Saiu pela casa em busca do coelho. Procurou embaixo dos móveis, embaixo da cama, atrás das portas... Em todos os lugares possíveis, até que resolveu buscar respostas com dois outros moradores da casa: seus irmãos, gêmeos e parceiros de crime.
- João, Rogério, vocês viram o Buddy por aí? – perguntou Pedro.
João prontamente respondeu:
- Claro que sim, ele está em casa, estava com calor e...
- ... nós o colocamos no freezer para se refrescar! – concluiu Rogério, feliz por ter ajudado.
Depois de uma longa pausa acarretada pelo choque que a frase proferida causou em Pedro, a reação imediata foi ir até o freezer ver se realmente o coelho estava se refrescando em um compartimento com “ar condicionado” e compatível com seu tamanho, porém, a temperatura ambiente demasiadamente baixa. Praticamente uma sala de estar refrigerada.
Pedro abriu lentamente a porta do congelador, na esperança de que tudo fosse apenas uma brincadeira de mau gosto dos irmãos mais novos, tudo o que ele desejava era que os irmãos quisessem apenas pregar-lhe uma peça. Porém, para a infelicidade dele, Buddy estava lá. Ainda tinha os pelos macios de sempre, as patinhas felpudas e o focinho peludo, mas, ao que tudo indicava, o coelho havia se refrescado um tanto além do que devia. Buddy estava congelado, não movia um bigode. Era um picolé de coelho.
Instantaneamente, Pedro juntou as mãos e como um imã elas foram ao encontro do pescoço de João. A imobilidade de Buddy era demais para o frágil coração do dono que o amava. O pobre coelho virou defunto, assim como Pedro virou órfão de bicho de estimação.