sábado, 14 de janeiro de 2012

Da série: Primeiro amor


Episódio 1

Quem sou eu pouco importa, de onde vim, menos ainda, e o que faço? Bem, fazer constantemente eu não faço nada, mas de vez em quando me pego fazendo uma coisinha aqui e outra acolá. Por exemplo: agora eu escrevo, conto essa história que tanto gosto, mesmo sendo uma mera coadjuvante da mesma. Entre letras dedilhadas no teclado eu fico me indagando: como vou começar a contar essa história? Não faço a mínima ideia de como apresentar personagens, lugares, etc e tal. Quer saber? Vou fazer como minha mãe fazia quando eu era pequena, começar com aquele velho clichê do "Era uma vez". Pois bem:
Era uma vez uma escola, eu (como todos os outros estudantes) era obrigada a frequentá-la todos os dias úteis da semana. Ia sem a menor vontade, praticamente fincava o corpo na cama e ai de quem tentasse me tirar de lá. Era um chororô danado. Até que eu me dispunha à boa vontade de levantar, me trocar e finalmente ir à (maldita) escola. 
Chegando lá a coisa mudava de figura, aquele doce todo era a mais pura preguiça impregnando o meu corpo. Encontrava aquele menino bonitinho, as patricinhas irritantes, professores chatos e a minha melhor amiga: Sophia, a protagonista. Sophi, Sophi... Encantava todos os garotos com seu jeito meio avoado e suas enormes madeixas castanhas. Um rostinho delicado e decorado de sardinhas sutis. Aqueles olhos enormes e intensos. E o corpo? Ah, esbeltoe curvilíneo. 
Sophia era o sonho de todos os meninos, mas não queria saber de nenhum deles. Dava uns beijinhos aqui e alí, mas nada que saísse das escadas de emergência da escola ou das cadeiras acolchoadas do cinema. Marcos, Bruno, Dudu, Pedro Paulo... todos vidrados na minha (só minha) melhor amiga.  
Sophia era a típica garota que não pensava duas vezes antes de calçar uma chuteira e se meter no campinho com a molecada. Sabia jogar truco e também entendia de carros. E além disso, não deixava de ser uma mocinha encantadora que não abria mão de um bom rímel para ressaltar o olhar e um blush para deixar as bochechas mais coradas.
Já estávamos na metade do primeiro semestre quando aquele aluno novo entrou. Era aula de biologia, aula da professora Samantha. Já tínhamos terminado o estudo sobre o reino Animalia e a professora iniciava a explicação sobre botânica quando o menino novo bateu na porta e pediu pra entrar. Estava atrasado e a prof fez cara de quem não gostou do atraso, mas deixou o novato entrar. O dito cujo chegou, foi direto para o fundo da sala. Ele era esquisitão, misterioso. Usava um corte de cabelo meio arrepiado, sabe? O cabelo era tão grande que chegava até a esconder um pouco os olhos. 
Sophia me olhou com aquela cara que eu bem conhecia, estava transbordando de curiosidade. É claro, quem não imaginaria aquela maluca doidinha pra conhecer melhor o menino novo? Simpática como só ela sabia ser, foi lá falar com o esquisitão. Entre perguntas, piadinhas e risadas, Sophia tinha feito mais um amigo novo: o Maurício, vulgo Mau.
Continua...
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