Terra da garoa para todos, floresta de concreto para os recém chegados, ou Sampa para os mais chegados... Chegados, achegados ou aconchegados. Entender a dinâmica da maior metrópole do Brasil não é nada fácil para quem acabou de chegar.
O som da sinfonia são buzinas impacientes e constantes, o palco é o asfalto e os artistas, de rua. Pintados de prata, ouro ou bronze, estátuas humanas encantam quem passa. Aguentam horas e horas pela sua arte, ou melhor, necessidade.
Destino de muitos, todos cansados de sua rotina depositam em São Paulo a esperança de poder ter mais, ou ser mais. Criam a expectativa de chegar aqui e crescer, conquistar seus objetivos. Chegam e junto vem o espanto de estar na maior cidade do Brasil. O encontro das mais diversas culturas, da Liberdade à Móoca. A cultura oriental interagindo com a italiana e acolhendo a boliviana, a brasileira se forma pelo misto de todas essas.
Meninas-mulheres crescidas. Pequenas, mas grandes dentro de si. Em sua maioria, estão bem longe de qualquer regrinha básica de etiqueta, elas encantam pelo jeito natural de ser, discretamente deselegantes, como bem traduziu Caetano em sua melodia. Crescem pela necessidade de serem grandes, nem sempre pela vontade.
Filas e filas, seja pra pegar ônibus, pagar conta, no caixa do supermercado ou tomar uma injeção na testa... é preciso estar sempre armado de boa paciência para enfrentá-las. A pior das filas é a garagem a céu aberto, mais conhecida como engarrafamento. Carros parados andando a um centímetro por minuto.
Centros comerciais agitados e tentadores, trazem à São Paulo consumidores de todas as áreas e com todos os gostos, o "fim de feira" constante. As luzes que não se apagam, a cidade vive em uma insônia interminável. Essa é minha São Paulo... de todos nós!
Arte no metrô, onde a população pode mostrar seu talento de forma irreverente e descompromissada. Passeios pela Paulista para admirar o que foi feito pelas mãos humanas. Arco-íris e estrelas muitas vezes camuflados no meio de tanta fumaça. Idas ao shopping Cidade Jardim, para passear e nem sequer cogitar a ideia de comprar algo além de um refrigerante. As vielas nas favelas que a muitos encantam, mas trazem consigo sonhos e realidades cruéis. E por aí vai... quer vir pra Sampa? Boa sorte! Mas antes, uma dica: quando quiser fugir do cimento vai pro Ibira!
